quinta-feira, 30 de julho de 2009

O guarda-chuva


Em uma noite cinza. Trajada com um vestido preto com listras horizontais, havia uma menina de uns 5 anos sentada na calçada de sua casa à contemplar a sarjeta orvalhada da rua onde morava. Enquanto estava absorta à olhar o ladrilho, uma lâmpada acendeu. De sobressalto, a menina deu um pulo e olhou ligeiramente para a lâmpada logo acima de sua cabeça. Passado o susto, a menina fitou a via pública e então viu um reluzente guarda-chuva vermelho contrastando com a ausência de cor do ambiente. Momentos depois, sentiu um vento frio gelar sua epiderme, esse mesmo sopro de vitalidade atingiu o guarda-chuva fazendo-o divagar pela avenida revelando um 4 de copas gravado em sua superfície. Contudo, a carta foi ocultada, pois o vento não cessara e o mesmo levou o guarda-chuva consigo. A medida que o guarda-chuva ganhava o céu, a menina o acompanhava com o olhar em um gesto sublime e demorado. Quem dera a menina o tivesse acompanhado somente com o olhar, em uma atitude inconsciente, a menina dera alguns passos na direção do guarda-chuva. Acreditando ser guiada pelas nuvens, ela caminhou. E parou em meio à alameda onde um carro se aproximava com os faróis acesos. O vento cessara. E a última coisa que a menina vira fora o reluzente guarda-chuva vermelho cair sobre ela encobrindo seu pequeno corpo já sem vida.

Um comentário:

  1. noooh, que triste. quem dera ela tivesse tido a chance de voar com ele enquanto ainda era tempo.

    ResponderExcluir

Isso!!!!!!Batam o record!!!!!!!!!