Já era noite avançada, linda, estrelada sem nuvem alguma. Estava admirando as estrelas e então percebo que é tarde por isso preciso deitar-me. Caminho relutante rumo a cama arrumada que me aguarda.
A última coisa que meu olhar encontrou antes de meu corpo adormecer foi o vislumbre de minha janela que acabara de fechar. Uma fração de segundo mais tarde, pelo menos foi o que pensei na hora, acordo irresoluta em meu quarto, porém nem tudo estava como antes, minha janela que tinha certeza de tê-la deixado fechada e com as cortinas ofuscando a visão, estava completamente escancarada permitindo que o vento gelado da noite perpassasse por tal.
Antes que pudesse pensar com clareza, um bando de pássaros adentra minha janela com velocidade e começa a voar em círculos próximo ao teto fazendo o ar em meu quarto se transformar em um grande pequeno tornado (grande para meu quarto e pequeno para um tornado).
Quando começo a entrar em pânico devido ao imenso susto que aquele fenômeno no mínimo esquisito e um tanto singular me causou, pego-me deitada na mesma posição, no mesmo quarto e com a janela aberta, contudo não mais havia a revoada de pássaros em meu quarto, era apenas eu e meu eu-aliviado por estar novamente sozinha em meu íntimo recinto de harmonia, local em que todos os meus eu’s se encontram para tomar um chazinho e jogar conversa fora.
Não deu tempo nem de proferir um suspiro de tranqüilidade. Morcegos risonhos invadiram meu aposento e voaram exatamente igual ao bando de pássaros, todavia o efeito produzido não foi o mesmo. Enquanto os pássaros criavam mais vento que barulho, os morcegos por sua vez criaram além do vento, um estardalhaço medonho que só fez aumentar meu arrepio.
De repente, flagro-me sozinha em meu recanto deitada sobre minha macia cama novamente e nas mesmas condições citadas anteriormente( janela aberta) . Me preparo para revelar um belíssimo palavrão, quando uma nuvem de gafanhotos introduzem seus corpinhos em minha alcova fazendo semelhante tumulto.
Bom, acho que vocês já podem imaginar o que acontecerá em seguida.
Depois da quinta criatura e seus fiéis companheiros fazerem uma visita nada desejada a meu quarto, eu já não mais me assustava, nem se quer me exaltava. Não obstante não via a hora de tudo aquilo acabar.
Quando finalmente não mais houveram visitadores repugnantes ocupando meu aconchego, apesar de minha espera. Dei –me conta que dessa vez era real, eu não mais estava sonhando. Um dos fatores que me despertaram para essa realidade foi ver minha janela fechada. Nesse momento, de súbito, fui tomada por uma felicidade indescritível, que se não fosse o sono e a preguiça, me teria feito pular de alegria.
Que louco!
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